quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mascaras da verdade



Convivemos com conceitos pré-formados, estamos constantemente lidando com idéias e teses defendidas e ditadas como verdades. Acabamos por não saber se o que é real é o certo transparente. Confundidos por muitos pré-conceitos tornamos adeptos e propagadores de pseudos verdades. Como resposta, o mundo das idéias contemporâneas forma seres ainda mais confusos. Verdades sendo vendidas, doadas e emprestadas e quase nunca conquistadas como se fazia heroicamente no passado. Porém será mesmo que são “verdades”? Cada pessoa tem direito de posicionar-se diante do mundo segundo a sua liberdade. Todo o trabalho de questionar é encontrar o centro de tudo e organiza-lo livremente, por as idéias em pratica é um direito. Essa capacidade não pode ser tirada de ninguém, jamais podemos tirar do ser humano o seu “dom natural” de pensar. Quando entregamos idéias prontas a pedagogia é morta, isso atrofia a bonita capacidade que temos para aprender o novo. Professores passam formulas e ensinam o decorar, e a arte do saber? Pode ser mais fácil essa pedagogia, mas uma covardia do “mestre”, porque ele simplesmente passou ao outro uma conclusão feita, que pode não ser verdade e sim um uma mentira mascarada de verdade. O ser questionador acaba morrendo sem oportunidade de resplandecer, logo o ser existe marginalmente ou nem chega a existi. É preciso mesmo conhecer as coisas? Sim. É a única maneira que temos de ser livres, só nos tornamos essencialmente livres quando temos nossa opinião, e correspondemos a ela sem escravismo. Quando estamos em uma colocação ideologia, aula ou palestra, seja religiosa ou não, deveríamos nos colocar como um faminto diante de uma cesta de frutas. Se simplesmente ficamos, indiferente diante das frutas elas só terão beleza, e nunca saberemos o sabor de cada uma delas. Todavia as frutas deverão ser cascadas e saboreadas, você verá que nem todas as frutas são tem o sabor que você esperou. Percebera ainda que elas podem surpreender, a maça que parecia tão bonita e saborosa tinha um podre em seu centro e as uvas eram mais doces. No mundo da verdade é justamente isso. A fé burra é aquela acolhe as idéias em uma “cesta”, e delas se torna escravos. As vezes fica só ali na contemplação e não vai a fundo. É necessário fazer a experiência. Por a prova, pensar, repensar e logo se possível concluir. A “beleza” de muitas verdades comercializadas na realidade capitalista poderá nos enganar como a maça tão bela, mas só saberei do sabor quando me descido por conhecê-la ainda mais, fazendo a experiência precisa. Lembro aqui de uma aula de teologia em que o padre professor trabalhou conosco um texto muito sábio, que infelizmente não me recordo do autor. Ele dizia “Uma coisa é ter em mente ‘o fogo queima’, outra bem diferente é colocar as mãos no fogo fazendo assim a experiência que o fogo queima. Uma coisa é você ter a idéia que Deus é amor, outra coisa é fazer a experiência do amor de Deus (...)” Trago isso para a nossa liberdade de conhecer a verdade, tal como ela é, colocada sobre provas, descoberta, “nua”, conhecida e não “entregue” meramente. Devemos fazer experiências do que aprendemos, e assim chegarmos ao conhecimento real, como o cascalho passa por uma lapidação transformando-se em pedra preciosa. Começando fugindo de ideologias e interesses meramente secundários a verdade que nossa razão é capaz de conquistar, basta “duvidar” com prudência. Coragem. Desafia-se e desafie!