sábado, 2 de junho de 2007

Maças e uvas


Maças e uvas
Em um estado não distante, mas bem perto daqui, encontrava-se um povo que desde seus principio buscavam em tudo heroicamente ser feliz! Tinham um rei muito bondoso, que era ate chamado de PAI-BOM. E havia com grande vigor os “porta-vozes”, que também se diziam “representantes” do bom-rei. Que levam sempre para o povo as convocações, mensagens e desejos do rei.
Mas infelizmente esta acessória começou a colocar sua visão particular, e distorceram a imagem do BOM-REI... E assim seguiam; definhavam cada vez mais os reais desejos de felicidade que o PAI tinha para o povo! E justificavam seus erros dizendo que o rei era um “JUSTO JUIZ” e como um “justiceiro de fogo consumidor”, aplicavam conseqüências más de seus feitos débeis a “vingança do Rei-Poderoso”. E a te o filho do rei foi atingido por essa ideologia.
E entre as regras desnecessárias que foram colocando em nome do rei, existia a de que todo homem deveria comer só maças, e as mulheres uvas. Como toda a regra começou a ser praticada em rigor, e quando acontecia de homem querer uva e mulher querer maça logo não conseguiam assumir, por medo! E entravam em profunda tristeza. Afinal de contas era errado um homem desejar uma uva.
Toda vida o tempo passou, o povo vivia muito triste. As pessoas começavam a se esconder em mascaras psicológicas. Então algumas pessoas que perceberam que isso não queria dizer nada, e que como gente gosta das duas frutas, que o BONDOSO REI é mesmo bom e não puniria ninguém por ser verdadeiro, começaram então a usar sua liberdade.
Com tudo logo todos já pré-julgavam, e passavam para “conselheiros”, diziam esta doente... “É uma confusão mental”, diziam uns, outros com pedras nas mãos falam: “o Rei vai te mandar pro calabouço escuro e torturador”. Os pais das crianças que desejava a “fruta proibida” chamavam para conversar e impunham: “É uma opção que você não pode fazer...”.
E ate o filhinho do rei já tinha medo terrível do pai, não conseguia estar junto dele, tinha vergonha e receio. E como o Rei sofria como isso, imaginar q seu coração estava transbordante de amor, e a ingratidão de seu filho era só a maldade nua e crua imposta pelos “outros”.
O principezinho não falava, mas ele há algum tempo questionava seu desejo de comer uvas. Sofria calado, a criança linda e alegre se transformava ao poucos em um adolescente deprimido. As pessoas não sabiam o porquê, falavam sempre para ele que ele tinha tudo.
Preparavam sempre as mais belas maças que levam pra ele. Mas algo lhe faltava. “Maças são tudo? O que esse menino quer mais?” Em toda a sua repressão o príncipe passou a andar com a cabeça baixa, e sempre espionava as uvas, o cheiro á beleza, a suavidade das uvas lhe atraiam...
Foi então que em uma feliz oportunidade saboreou as escondidas um cacho de uvas! Estava feliz, mas quando lembrou de todas as “condenações” que os enviados de seu pai pregavam saiu correndo... Andava desconsolado, não sabia por que, toda via, ele queria uvas, não entendi por quer era tão bom... E disse: “eu estou apaixonado por uma uva.” Correu por todo lado. Mas no conseguia fugir, por mais que tentava fazer outras coisas não conseguia esconder e nem fugir da “lembrança do sabor da uva”. Afinal era inútil correr e se ocupar, uma vez que o desejo que sentia estava presente nele mesmo!
Já era impossível esconder sua angustia. Alguns do reino descobriram muitos que também eram fascinados por uvas, e logo mandaram para os conselheiros, usavam todas as táticas, tira ele de perto de todo lugar onde poderia ter oportunidade de desejar uvas. Mas todas as tentativas eram frustrantes, o desejo vinha do coração... Era natural, e nada pode evitar o natural! Se tentarmos evitar o natural fará violência contra a pessoa humana. E certamente será um trabalho em vão, de resultados sofridos!
Foi em tão que seu pai ficou sabendo, por mais que tentavam esconder o menino parecia rebelde, chamaram ate um sábio-mágico para desencantá-lo. Disseram que era maldição de uma bruxa, e cada vez mais marginalizava o Principezinho, que só estava sendo verdadeiro como seu desejo natural!
O pai mandou chama-lo! Mas ele teve medo e não quis ouvir o pai. Em uma noite bem fria ele pegou toda suas coisas e saiu, se ao menos despir. Saiu nos campos a chorar... O BOM-PAI já estava indignado, queria ver e consolar o seu amado filho, mas ele correu. Mandou uma busca, todos os soldados saíram pelo reino e alem fronteira, a missão “trazer o rebelde”, mas o Rei. Pois uma condição: Tragam-no na liberdade!
Assim as buscas começaram. Grandes pessoas saíram em busca do jovem, mas como não podiam forçá-lo era muito difícil convencer, pois sempre empulha condições ao AMOR do PAI. E em vez de confortá-lo e convencê-lo a escutar o Bom-Rei, eles faziam cada dia mais o rapazinho sentir medo.
As condições eram cruéis: “deixe de desejar as uvas e aceite seu pai.” “Seu pai quer falar com você, não corra dele, ele vai te curar”. “Pede perdão, e busque seu pai maldito fujam!” E assim o pai sofria com o filho! O pai queria só falar com ele, dizer de seu amor amá-lo e compreende-lo!
Em uma manha de sol, o filho acordou embaixo de um parreiral, mesmo estando fazendo o que de fato desejava não conseguia encontrar paz, seu coração ainda ardia na saudade do pai, e imaginava que o BOM-REI o abominava, e ainda tinha medo da “eterna condenação”. Era extensa a dor de estar sozinho, era quase insuportável toda a situação. Tudo isso por quer era errado chupar uvas? Não, tudo isso por quer impuseram essa falsa verdade em sua vida.
Ao levantar encontrou em meio o seu velho manto uma carta de seu PAI, que lhe fora trazida na noite por um sereno servo de olhos azuis. Esse servo sempre seguia o príncipe, e contava ao Reio a agonia do filho.
Abriu a carta na maior euforia, mesmo em meio a duvida e angustia ainda restava um a esperança. Pensou consigo: “Tal vem meu pai encontrou a cura!”. E final mente começou a ler as palavras do BOM-REI que diziam assim:
“Saudades meu querido filho! Quero muito que abra seu coração para me escutar. Busquei-te em todas as formas, e sei que não conseguiram expressar bem o meu desejo de te consolar... mandei mensageiros, mas eles distorceram minha palavra, e você infelizmente não conseguiu ser amado. Quero que saiba somente uma coisa: Te amo como amor eterno, seu nome esta em minhas mãos, por ti eu troco reinos... Por sua felicidade eu existo... Não existe em meu coração outro desejo a não ser o que concorra para sua felicidade sem limites! Quero que se encontre não se perturbe, eu sou teu PAI e AMIGO. Quero-te por inteiro. Tudo o que és! Não quero aniquilar os seus desejos que te fazem feliz, mas pode comprazer-los no meu amor!”
Em lagrimas das mais excludentes alegrias o jovem príncipe continuava a ler aquelas lindas palavras, que lhe eram verdadeiramente uma carta de amor! Seus olhos enchiam de esperança... Sua boca expressava um belo sorriso... E correu em busca dos braços do AMOROSO-PAI a pos ler as ultimas frases que diziam:
-“És meu, te fiz filho, vens de mim. Só serás feliz quando encontrar sentido no que tu és em conformidade com o que eu, seu PAI sou! Não quero o que te seja mal! Levante-se de onde esta, deixe-se ser amado. Sou o seu PAI, e vem a mim, eu quero te fazer filho!”.
(Ítalo Alessandro, Maio de 2007).

Nenhum comentário:

Postar um comentário